sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Capitulo 3 - Buraco na Estrada

"Quando a sorte está do seu lado, desconfie. É sinal que tempos ruins logo virão". Ele se assustou quando leu essa frase no biscoito da sorte chines que recebera de brinde em mais um de seus jantares familiares de uma familia sem mãe.
Tudo na vida dele andava bem. Não que andasse bem, mas o simples fato de haver uma estrada ara percorrer sem que se leve solavancos já basta para que tudo esteja bem e ninguem enjoe no caminho. A estrada para ele poderia ser longa, ou o destino logo chegar como uma hora da parada para comprar revistas, refrigerantes, brinquedos ou tomar um sorvete com frutas. Tudo anda bem por que se colocam obstáculos na cabeça quem a ela deixa vazia de bons presságios. 
As contas vencerão, as notas não viram, as recompensas demorarão. Mas o presente é quem dará a maior alegria, porque a vida é momento.
Nada de mal pensou quando um telefone estranho lhe bateu. Nunca se pensa no pior quando ao telefone bate o desconhecido. Geralmente é o pior. Alguem tentando lhe enganar, completo de boas intenções; geralmente alguem lhe pedindo algo. Mas dessa vez não era pedido. Era uma ligação que mudaria, talvez, a sua vida. Uma ligação de sinal amarelo, mas muito podendo ser vermelho.
"Alô, O senhor conhece a senhora Maria Eutália" não que os dois fossem dignos e nem tivessem idades para serem chamados de senhores. Mas as etiquetas sociais e os vícios assim os classificavam. "Conheço, algum problema". "Senhor, preciso que compareça ao Hospital Das Graças, a situação de Maria Eutália não está nada boa".
Partiu rapidamente. No caminho, pensamentos de que passava-se apenas de um acidente no percurso, um buraco um pouco mais fundo.

Era 91. 

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Exageros 1000

Japa maluca
Japa malaca
Quase me mata
De tanto esperar

Japa carente
Japa decente
Japa doente
Longe de mim

Japa Polaca
Japa "Querida"

Me sinto numa corda bamba a 200 metros de um chão....

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Capitulo 2 - Fiat Lux

Vivia seus tempos de glória. Pra quem o visse, para quem estava de fora, podia não ser seus tempos mais certos. Mas era seu tempo de glória.
Ela havia aparecido para ele na hora certa. Era o caminho errado para se seguir enquanto havia tempo de andar pelos desvios. pelas praças, pelas bebedeiras, pelos maus caminhos. Ela o acompanhava em tudo. Haviam sidos feitos um para o outro. Um para o momento do outro.
Viviam um amor incomum, um amor repentino. Uma admiração mútua e inexplicável. Estavam sonhando acordado.
Era uma tarde de primavera. De sol ou não, pois nada pode se esperar do sol na cidade de Curitiba. Ela lhe apareceu como uma criança a sorrir. O clima, o lugar, ajudou. Ela estava em seus domínios, comandava a situação e se mostrava para ele sem os muros que o lado de fora das pessoas podem ter. Ela também o admirou, como o futuro o mostrou quando se deram adeus.
Se encontraram, ele errando como sempre. Ela com a paciência de quem ama às cegas. O amor é às cegas. Se passaram tempos, não precisam se esconder um do outro. Eral amados pelos erros que eram. Pelas faltas de tato com situações, pelas risadas fáceis.
Ela logo o conquistou. Conquistou territórios com um sorrisso certo. Sabia cativar as pessoas.

Era 90 e eu ainda não sei falar de fim.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Saudades

E a vida se fez bela
Ao final da sua
Me sinto com as pernas soltas

Nunca fiz o certo
Mas agora poderei errar sozinho

Adeus
Deixarás saudades
às amadas pelo mundo espalhadas

Levarei em mim a ti
Não nunca me separarei, eu sei

Fico
Deixarei saudade

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Capítulo 1 - De pular muros.

Ele nunca foi muito bom nesses lances de conquista. Preferia acreditar no poder de seu olhar, de seu sorriso.
Já havia se apaixonado várias vezes, assim como a paixão deve ser: repentina, passageira. Mas não a demonstrava, preferia se achar dono da situação. Quando percebia que era, soltava-se como um passarinho que encontra sua saída, como criança conhecendo um novo espaço. Talvez isso fosse sua dádiva.
Nunca invadia espaços, por mais aberto que esses espaços poderiam ser, escancarados para entrar. Preferia bater palmas e pedir licença. Ela fechava seus espaços. E fechava muito bem. Abria com um sorriso de brilhar o mundo. Mas na maioria das vezes fechava. Com sua cara amarrada, mas não era de nada.
Não eram parecidos. Nunca haviam se visto. Não nasceram um para o outro. Mas, como café e leite, sabiam se misturar muito bem.
Sair para rir foi o objetivo dele, quando sozinho foi ao teatro. Assistiu uma peça horrível, entendendo o segredo de por que havia ido sozinho ao teatro. A peça correspondeu à expectativa das pessoas. Era horrível. Mas lhe serviu. Foi o começo de uma relação, de uma vida nova que ele aprendeu sem que alguém quisesse tanto lhe ensinar. "hey, você não é atriz? Acho que ví uma peça tua!". Que genial. Aquele sorriso jamais se abriria num átimo de segundos. "Eu não!". Resposta genial.
Seu radar já devia a ter flagrado rápido. Gosta de aventura. Gosta do estranho, do diferente, do esquisito. Quer chocar a mesa de jantar. Conhecia alí, com uma pergunta inocente, uma pessoa muito sexy, que nenhuma poesia, piada, assunto sério conquistaria.
O beijo saiu naturalmente. Plantado, regado com cuidado e atenção, foi esperado para colher quando bem crescido.
Não interessa o que a pessoa com quem você está representa para os outros. Para ele, ela era um bebê. Um ursinho de pelúcia. Mas continuava sendo a porta fechada, fechada com um escudo de espantar qualquer um. Talvez ela tivesse seus motivos. Acreditava não precisar do amor falso de outras pessoas. Julgava coisas que não podia julgar. O amor não se julga por atitudes, pois qualquer mal sentimento pode vir com boas atitudes. E atitudes ruins podem ser de boas intenções. Mas ela preferia escolher muito bem antes de arriscar um novo amor.
Os dois, juntos, viveram amores a moda antiga. Mentiram, se apaixonaram várias vezes. Tiveram raivas. Cederam, sederam e se embedaram como ele jamais poderia saber. Ela ensinou. Ela sabia matar uma sede.

Era transcorridos Março de 97.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O declínio.

Gráfico de visualizações do blog nos ultimos meses.


tudo na vida chega ao seu fim.

Mas estou pensando em uma coisa antiga que vai revolucionar o blog.....
to pensando ainda.

Em dupla

Pega leve
Me pegue e leve
Sorrisso nos olhos
De quem se atreve

Me pega de leve
Me traga, me leve
No sol
Barranco ou neve

Me leve
Pra você sou leve
E caido no seu dedo.

sábado, 6 de novembro de 2010

Presente

Serena
marcando presença
sorrindo como se tivesse batido a cabeça

Dentre todos
Estava lá
Na garra

Um beijo e desculpa

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Bem vindo

Nem esquente, cara
Seus amigos são os mesmos
Seus livros velhos

Seu passado não passou
Seus desejos são antigos
Continuam inatingíveis

Você continua mesquinho
Continua querendo ter um novo carro
Continua buscando novos amores e não se contentando com os que tem

Você virou adubo, mas continua humano.