Um retiro. Retirei parte do olho.

Nada como um exílio. Quinta-feira, dia 14 de abril. Mas de um mes que eu tinha marcado. O dia chegou.
PRK o nome. Faca, rasgação, corte do olho. Chamei de vários nomes. O local?: Silencioso. Nem um pio de ouve no batel. "Oi, vamos lá? como é teu nome?" "jjjoããoo.." Deite aqui, o doutor já vem. Ele chegou. Mexeu no meu olho como quem limpa um salão em fim de baile de debutantes. Com vassoura de aço. Troço sinistro. Passa um tempo, o maquina com barulhos que deixam as brocas de dentistas para trás.O outro olho, mesma coisa. Depois é só tentar entender a ordem dos colírios.
Foi um fds de dor. Poucas pessoas me entenderam. Ouvi muitas frases do tipo "Pare de fazer drama João Paulo, eu não gosto de marmanjo que faz drama."(Dado). Será que ser carente é um defeito? Claro que não! é uma caracteristica pow!! "Não subestime a minha dor".
Aprendi que posso contar com meu pai. Do jeito dele, conseguiu demonstrar um carinho. É foda, meu pai é durão, passa a mão na minha cabeça só pra depois arrumar um jeito de machucar. Todos os musculos do corpo dele foram treinados para matar, como ele mesmo diz. Ficamos isolados. Eu, ele, os colírios e os pacotes de leite. Invenção do engenheiro anderson contra as molhadeires de uma compressa com gelo. Geni! haha
Tomei porradas com as pessoas que me ligaram. Agradecer À lica, a leticia, a amandinha, ao zeny que veio aqui por pouco tempo que seja, com medo de que pegasse minha "doença". Agradecer meu primo eduado, que me ajudou com os colírios e com papos na sexta-feira de cinzas.Agradecer minhas primas, que ligaram para mim e vieram aqui só para me dar um oi e fazer passar meu desespero.
Enquanto eu me matava de dor, pensava em várias poesias. Em escrever um blog sobre "Minha vida apos PRK". ou desencorajando os miopes ao ato da raspagem. Passou minha raiva. Estava me sentindo um Manoel Bandeira pensando e se expressando sobre sua dor.
Muito texto, melhor eu ficar por aqui.

Um abraço